Ameiva ameiva
Ameiva ameiva | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) |
O lagarto-verde, também conhecido como calango-verde, jacarepinima, bico-doce e calango-bico-doce (nome científico: Ameiva ameiva)[2] é uma espécie de lagarto da família Teiidae. Possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrado na América Central e do Sul e em algumas ilhas do Caribe. No Brasil, ocorre em diferentes ambientes, desde a Floresta Amazônica, a Caatinga e em algumas partes do Cerrado.[3]
Também é conhecido como ameiva, laceta ou tijubina. Devido à sua semelhança com um fóssil encontrado no Ceará, um de seus nomes populares foi emprestado à espécie fóssil Tijubina pontei.[4]
Distribuição e habitat
[editar | editar código-fonte]São encontrados desde a costa leste do Brasil, passando pelo interior da América do Sul central, até as costas oeste da Colômbia, Equador e Peru. Eles são encontrados no extremo sul até as porções do norte da Argentina, através da Bolívia e Paraguai e no extremo norte da Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Trinidad, Tobago e Panamá. Recentemente, eles foram introduzidos em áreas da Flórida.[5][6]
A distribuição deste lagarto pode estar se expandindo em associação com o desmatamento, e a espécie pode ter se dispersado recentemente no sudoeste do Panamá e na Costa Rica em associação com o estabelecimento de extensas plantações de banana.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Ameiva ameiva tem um corpo alongado, cabeça pontuda, língua ligeiramente bifurcada e patas traseiras musculosas. São lagartos de tamanho médio, podendo alcançar 55 cm de comprimento.[2] Possui a coloração que mescla castanho, creme, verde e alguns tons azuis. As fêmeas geralmente têm muito menos verde do que os machos e uma cor verde mais empoeirada. Os machos têm coloração verde vibrante e manchas mais fortes. Os machos também têm papada mais expandida. A cauda é longa e atinge de 65 a 70% do comprimento total. Os machos têm cabeças e membros maiores do que as fêmeas do mesmo comprimento.[7]
Fêmeas e machos apresentam 15-24 poros femorais em cada membro. O tamanho dos poros é semelhante em machos e fêmeas, com cerca de 1 mm de diâmetro. Os poros femorais são fáceis de ver e as escamas que os prendem são especializadas. Esta especialização ajuda a identificar a diferença entre aquelas e outras escamas na área circundante da perna traseira. O resto do corpo é coberto por escamas lisas.[8][5]
Ecologia e comportamento
[editar | editar código-fonte]Possui hábitos diurnos, passando grande parte do dia se aquecendo ao sol. Sua dieta é oportunista e generalizada, consistindo primariamente de insetos, mas também pode se alimentar de pequenos vertebrados.[1]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]O macho persegue a fêmea e quando a alcança, posiciona-se sobre ela, mordendo a região da nuca. Após o acasalamento, a fêmea deposita entre 2 e 6 ovos em meio às folhas. Os filhotes nascem após cerca de dois a três meses de incubação.[2]
As fêmeas carregam seus ovos por um curto período de tempo e tendem a permanecer em suas tocas durante esse período. Uma vez que os ovos são postos, o tempo de incubação é de cerca de 5 meses, com a descendência geralmente eclodindo no início da estação chuvosa. Os machos juvenis tendem a crescer mais rápido do que as fêmeas. A maturidade é alcançada quando o comprimento da cloaca atinge 100 mm, ocorrendo cerca de 8 meses após a eclosão para machos e fêmeas.[9]
Referências
- ↑ a b c Ibáñez, R., Jaramillo, C., Gutiérrez-Cárdenas, P., Rivas, G., Caicedo, J., Kacoliris, F. & Pelegrin, N. (2019). «Ameiva ameiva». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235
- ↑ a b c Terra da Gente (25 de abril de 2016). «Ameiva é conhecido como bico-doce e ocorre em toda Amética do Sul». G1. Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ Silva, T. F.; Andrade, B. D.; Teixeira, R. F.; Giovanelli, M. (2003). «Ecologia de Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) na Restinga de Guriri, São Mateus, Espírito Santo, sudeste do Brasil». Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão. 15: 5–15
- ↑ Bonfim Júnior, D. C.; Marques, R. B. (1997). «Um novo lagarto do Cretáceo do Brazil (Lepidosauria, Squamata, Lacertilia) – Formação Santana, Aptiano da Bacia do Araripe». Anuário do Instituto do Geociências. 20: 233–240
- ↑ a b Biazquez, M. (1996). «Activity and Habitat Use in a Population of Ameiva ameiva in Southeastern Columbia» (PDF). Biotropica. 28 (4): 714–719
- ↑ Sartorius, S.; Vitt, L.; Colli, G. (1999). «Use of naturally and anthropogenically disturbed habitats in Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva». Biological Conservation. 90 (2): 91–101. doi:10.1016/S0006-3207(99)00019-1
- ↑ Sales, Raul; Ribeiro, Leonardo; Freire, Eliza (2011). «Feeding ecology of Ameiva ameiva in a caatinga area of northeastern Brazil». Herpetological Journal. 21 (3): 199–207
- ↑ Ramiro, C. N.; Rodrigues, M. T.; Trefaut, M.; Silva Jr., P. I.; Martín, J.; et al. (2017). «Caracterização química das secreções de glândulas femorais de Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) (Squamata, Teiidae)». Anais do Congresso Brasileiro de Herpetologia
- ↑ Siders, R. (2014). «Ameiva ameiva». Animal Diversity Web. Consultado em 20 de dezembro de 2020
Ligações externas
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